A narrativa é sempre a mesma. Você nasce para morrer depois. O que você faz entre o intervalo de nascer e morrer é o que determina o que chamamos de vida.

Por vezes, temos consciência das nossas escolhas e definirmos qual caminho vamos cursando em direção a morte, mas o que eu vejo hoje, é a falsa ideia de que escolhemos o que estamos vivendo e, que na verdade, experimentamos a sensação automatizada do que é viver sem estar verdadeiramente vivo. 

Acordamos e já está na hora de sair para o trabalho, trabalhamos e já está na hora de voltar pra casa, opa tem o mercado, as contas, a saúde (quando tudo já dói), os amigos (meu Deus quando vou ter tempo de ver aquele amigo?), a bagunça, as comidas, e tantas (TANTAS) outras coisas que vão se interferindo no percurso. E quando você assusta: BANG. Morreu.

Falar desse intervalo entre nascer e morrer parece mais fácil quando já está morto. 

Nós damos a narrativa e intensidade aos fatos com base naquilo que estamos de fato sentindo.