Desabafo
Tarde eu adormeci, cedo acordei... Nem tão cedo assim, talvez! Cedo adormeci, tarde acordei....
O tempo pode ser meu inimigo nesse momento, desejaria talvez, que passasse um pouco mais lento ou se fosse pra se apressar que se apressasse como o vento. Lembrei de detalhes nada relevantes, chorei no silêncio que a noite me oferecia, mas tem sempre aquele cachorro atrevido que late para sombras que acham que estão vendo, ou... ou realmente estão. Pensei na vida, na minha vida e na vida de outras pessoas, pensei que quantas pessoas naquele momento estariam pensando a mesma coisa que eu, lembrei que eu sempre desejei ser a pessoa que ontem eu fui: transparente, sincera, cruel... esqueci-me de ser carinhosa, meiga e delicada, vai ver não sou esse tipo de pessoa. Deixei que meu coração falasse, meu coração é cruel, ele gosta de machucar, (talvez me engane) mas ele estava machucado demais... Feridas essas, de tempos remotos, causadas por simples gestos ou palavras, e ontem... Ontem eu permiti que ele falasse o que quisesse, doesse a quem tivesse que doer, se eu me arrependi? Não, ainda não! Talvez porque ainda estou anestesiada pelas palavras ditas, ouvidas, choros, e sussurros - sendo que a vontade era de gritar!- foi bom... Foi bom porque deixei livre o meu coração, a minha emoção... Causou um certo desequilíbrio, esqueci-me completamente da razão... e também foi ruim... Ruim, pois quem ouviu talvez não merecesse estar escutando isso, me conhecendo de tal maneira, poderia muito bem sentir certa ogeriza de mim, - eu sentiria!- , mas não... Escutei palavras doces - sabendo que tinha um gosto amargo- , calmas - lembrando de toda tempestade que causei, mas foi assim... Hoje quando acordei, a minha própria vida, me obrigou a voltar a colocar a máscara, não estou com vontade de sorrir, de conversar, mas... A gente não faz só aquilo que tem vontade... Vou sentir saudades da sensação de ser verdadeiramente eu, afinal ainda estou engasgada com outras pessoas, e quero de novo essa sensação de descoberta do meu mundo, quero estar próxima a me transformar num ser verdadeiramente único e transparente. É uma explosão de sensações, boas, ruins... No momento você não liga pra isso, mas é bom, ficamos leves, e temos o pensamento de que o mundo não está nem aí pra o que você é, apenas quer tirar algo de bom -pra eles- de você, (palavras do Arhutr). Não pertecemos à ninguém e jamais estaremos sós. Ainda é difícil encaixar isso nos meus pensamentos, mas é tudo uma questão de costume.
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